A IV mostra de cinema comentado da Faculdade Estácio de Sá, ocorreu entre os dias 8, 9 e 10 de junho de 2009. Apesar de ser um evento aberto ao publico em geral, a mostra não alcançou as expectativas, o auditório estava vazio em quase todos os debates. A quem diga que isso se deve ao fato de ser uma semana próxima do período de provas. Mas para os alunos do 8º período a historia foi outra, nessa mesma semana a maioria dos alunos do curso de jornalismo teriam que entregar as monografias prontas. A aluna Paula Figueiredo questionou a data escolhida: “A faculdade sempre deixa as ultimas semanas para a realização de eventos extras curriculares, mas se esquecem que nesse período ocorrem provas e este ano coincidiu com a entrega da monografia. Acho que para o próximo ano os organizadores vão ter que ficar atentos ao calendário se não quiserem ver o auditório vazio” desabafou a aluna.
Para o Coordenador do curso de Jornalismo, Marcelo Freitas, a faculdade cumpriu com seu papel de disseminar informação e que quem esteve presente ganhou mais conhecimento do que aqueles alunos que preferiram não participar do evento.
Cinema comentado
Na primeira noite do evento foi exibido o filme São Bernardo. O filme se passa no interior de Alagoas, onde o filho de camponeses Paulo Honório é um mascate que perambula pelo sertão a negociar com redes, gado, imagens, rosários e miudezas. Cria uma obsessão de arrancar a fazenda São Bernardo das mãos de seu inepto dono, o endividado Luiz Padilha, transformando este em seu empregado. Alcançando finalmente seu objetivo e, com muita astúcia e violência, Paulo Honório faz a fazenda prosperar e torna-se temido pelos empregados e fazendeiros vizinhos. Nesse momento, ele sente que precisa constituir família e vê essa possibilidade na professora esquerdista Madalena, a quem convida para visitar a fazenda. Casam-se, mas o humanismo e sensibilidade da professora se chocam com a rudeza de Paulo Honório, ficando no ar a suspeita de que ela o trai, física e politicamente. Daí por diante, Paulo Honório passa a viver dentro de um clima de ciúme motivado por sua imaginação possessiva. Um dia, descobre uma folha de papel na qual reconhece a letra de Madalena. Pensa que é parte de uma carta para um amante. Discutem e Madalena suicida-se. Honório é então um homem arrasado, torturado pelas dúvidas, solitário. No fim da vida, escreve suas memórias.
O filme foi comentado por Marcelo Miranda, jornalista e crítico de cinema dos jornais “O Tempo” e “Pampulha”. O jornalista elogiou o filme e fez diversas pontuações quanto a construção dos personagens ao longo da narrativa. Marcelo também fez uma analogia quanto ao estilo de vida adotado na modernidade, onde a grande maioria das pessoas se preocupam mais com o trabalho do que com as coisas simples da vida.
Além dos filmes, foram exibidos documentários produzidos pelos próprios alunos da faculdade.
Solidão Urbana
Há 15 anos